LIÇÃO 05 - A UNIDADE DA RAÇA HUMANA - 1º TRIMESTRE DE 2020 (At 17.22-28)
INTRODUÇÃO
Na
aula de hoje, estudaremos sobre a unidade da raça humana. Veremos o conceito de
unidade, pontuaremos sobre a unidade e diversidade humana, falaremos sobre a
universalidade do pecado, e por fim, ressaltaremos a necessidade da graça de
Deus para toda raça humana.
I – DEFINIÇÃO DE UNIDADE
O
dicionário define a palavra unidade como “a qualidade ou estado de ser um ou único”.
Adão é chamado de primeiro homem (Rm 5.12; 1Co 15.45; 1Tm 2.13). Já Eva, recebe
esse nome porque é: “a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20). A Bíblia diz que Deus
fez o ser humano Adão, bem como todos os seres humanos depois dele: “e de
um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra” (At
17.26; Rm 5.14; Jd 1.14). Jó afirmou que foi feito por Deus: “O
Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo Poderoso me deu vida” (Jó
33.4). O salmista disse que foi gerado pelo Todo Poderoso: “cobriste-me no ventre de minha
mãe” (Sl 139.13). Zacarias afirma: “o SENHOR, o que estende o céu, e que funda
a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1).
Malaquias lança o desafio: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos
criou um mesmo Deus” (Ml 2.10).
1.1 Deus criou um único casal
no Éden. A Bíblia nos assegura que somos descendentes
de um único casal: Adão e Eva, (Gn 1.28). “A narrativa subsequente em Gênesis
mostra claramente que as gerações seguintes, até ao tempo do dilúvio, estiveram
em ininterrupta relação genética com o primeiro casal, de sorte que a raça
humana constitui, não somente uma unidade específica, uma unidade no sentido de
que todos os homens compartem a mesma natureza humana, mas também uma unidade
genética ou genealógica” (BERKHOF, 2000, p. 235). O apóstolo Paulo afirmou essa
realidade bíblica na pregação realizada no Areópago: “E de um só sangue fez toda a geração dos
homens, para habitar sobre toda a face
da terra.” – ACF - (At 17.26). É muito importante observar esse
texto, pois a doutrina da unidade humana rebate a ideia da existência de duas raças humanas criadas
por Deus; como também rejeita, à existência de uma raça pré-adâmica, assunto
que o texto sagrado nunca mostrou. Portanto, a Bíblia afirma, Adão como o
primeiro homem (Gn 1.26-28; 2.7,18- 24; Rm 5.12; 1Co 15.45; 1Tm 2.13) no sentido de todos descendermos dele e de Eva, é o que de fato o texto de Gênesis
3.20
diz: “E o homem deu à sua mulher o nome de Eva, por ser a mãe de todos os
seres humanos [...]” (NAA – Nova Almeida Atualizada).
II – A UNIDADE E A DIVERSIDADE HUMANA
Não
devemos esperar da Bíblia uma explicação científica da origem da raça humana.
Ela se restringe apenas a dizer que Deus fez o ser humano com capacidade
reprodutiva (Gn 1.28); e, que os descendentes de Adão são igualmente humanos,
embora diferentes entre si. Da unidade surgiu a diversidade. Notemos:
2.1 Diversidade racial. Embora todos os homens descendam de Adão e Eva não há dois seres
humanos absolutamente iguais. O exame dos detalhes mostra, algumas distinções,
mesmo entre sósias ou gêmeos (Gn 25.24; 27.11). “Os antropólogos dizem que o
homem forma uma única espécie em contínua variação, isto é, polimórfica - com
marcantes variedades quanto a muitas características estruturais. Há diferenças
entre raças devido a pressões de adaptação local, impedimentos geográficos e,
em alguns casos, impedimentos sociais, que embargam o fluxo entre as
populações” (CHAMPLIN, 2004, p. 538 – acréscimo nosso). Nenhuma raça deve se
considerar inferior ou superior a outra, visto que todos descendem de Adão, e,
portanto, são obra das mãos de Deus (Dt 10.17; 16.19; Jó 34.19; At 10.34; Rm
2.11). Cristo morreu e com o seu sangue comprou para Deus homens: “de
toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9).
2.2 Diversidade linguística. Quando Deus fez o homem, já o fez apto para falar (Gn 2.19-23). A
Bíblia acrescenta que até o evento da Torre de Babel, todos os homens falavam a
mesma língua como registra Moisés: “E era toda a terra de uma mesma língua e de
uma mesma fala” (Gn 11.1). Todavia, para embargar aquele projeto
orgulhoso, Deus confundiu as línguas, dando origem a outros idiomas. A partir
disso “é impossível dizer quantas línguas os homens já falaram, desde que o
fenômeno veio à existência. Muitos milhares de idiomas têm sido usados, têm
evoluído e têm desaparecido. Até mesmo quanto à atualidade, é difícil dizer-se
exatamente quantas línguas são faladas no mundo” (CHAMPLIN, 2004, p. 828).
2.3 Diversidade cultural. A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias
característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que
resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história” (BURNS,
1995, p. 15). Foi a partir da linguagem diferente e por conseguinte da
dispersão que os povos começaram a criar seu próprio modo de vida distinto.
Logo, a cultura até certo ponto não é nociva, desde que não fira os princípios
da Palavra de Deus.
III – A UNIDADE DA RAÇA HUMANA E A UNIVERSALIDADE DO PECADO
A
Bíblia declara de forma direta a pecaminosidade universal do homem (1Rs 8.46;
Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12,19,20,23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8,10).
Existem várias passagens que ensinam que o pecado é uma “herança” do homem
desde a hora do seu nascimento, e, portanto, está presente na natureza humana.
(Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12).
3.1 O pecado veio sobre toda a
raça humana. A raça humana fazia parte de Adão em
forma de semente; portanto, quando Adão pecou, pecamos nele, pois: “todos
os homens nascem por natureza pecadores” (Ef 2.1-3). O pecado não ficou
restrito somente a Adão e Eva, mas estendeu-se a toda a raça humana, é o que
chamamos de: “culpa herdada ou imputada” (Rm 5.12). Sendo assim, toda a raça
humana passou a ser pecadora por natureza a partir de Adão. Aos olhos de Deus,
o pecado de Adão foi o pecado de todos os seus descendentes, de modo que eles
nascem como pecadores ( Rm 3.23; 7.23; Ef 2.1-2; Mt 15.18-19; Hb 6.1; 9.14). Devemos
estar vigilantes contra o erro de pensar que Deus criou o homem já na condição
de pecador e culpar a Deus do mal. Esta ideia é claramente excluída pela
Escritura (Jó 34.10; Dt 32.4; Sl 92.16; Tg 1.13), ou como alguns afirmam, que os
homens não nascem pecadores, mas sim, apenas com a tendência ao pecado (isso é
uma heresia chamada de pelagianismo).
O único ser cuja natureza humana não se mostrou corruptível (pecadora)
desde a sua concepção e nascimento foi o Senhor Jesus Cristo (Hb 4.15; 7.26).
3.2 As consequências do pecado na
raça humana. A consequência mais danosa para o homem,
com entrada do pecado no mundo, foi a morte (Gn 2.17; Rm 5.12-21; 6.16,23; 1Co
15.21,22,56; Tg 1.15). É possível distinguir entre a morte física e a
espiritual (Mt 10.28; Lc 12.4).71 A morte física é uma penalidade ao pecado (Gn
2.17; 3.19; Ez 18.4,20; Rm 5.12-17; 1 Co 15.21,22) e pode vir como um juízo
específico (Gn 6.7,11-13; 1 Cr 10.13,14; At 12.23). (HORTON, 1996, p.296). A
morte não é sinônimo de extinção da personalidade, e sim o meio de separação
entre Deus e os homens. Podemos verificar três estágio na morte: a morte
espiritual, enquanto o homem vive (Ef 2.1,2; 1Tm 5.6), a morte física (Hb 9.27)
e a segunda morte ou a eterna (Mt 25.41; Jo 5,28,29; 2Ts 1,9; Ap 21.8).
IV – A UNIDADE DA RAÇA HUMANA E A UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO
A
Bíblia mostra que a graça salvífica é para toda humanidade (Jó 19.25; Jo 1.29;
4.42; Rm 5.18; 1Tm 4.10; Tt 2.11; Hb 2.9; 1Jo 2.2). Esses e outros textos
mostram tanto a necessidade da salvação como a sua extensão. Vejamos:
4.1 A necessidade universal da
salvação. Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores (1Tm 1.15), ou seja, por todas as pessoas, visto que todos são
pecadores (Rm 3.23; 5.12); “Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê;
primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16); a
expiação é universal (ilimitada): “[…] Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo” (Jo 1.29); a graça é universal: “Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2.11); o amor é universal: “Porque Deus amou o mundo […]” (Jo
3.16); e, o evangelho é universal: “[…] Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc
16.15); “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19).
4.2 A salvação é para toda raça
humana. Como todos somos descendentes de Adão e o
pecado entrou no mundo por ele (Rm 5.12) Assim todos pecaram. Da mesma forma o
Apóstolo Paulo demonstra que a graça salvífica veio para todos: “[...]
assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para
justificação de vida” (Rm 5.18). A salvação é oferecida a todos os
homens indistintamente, Deus não faz acepção de pessoas como afirmou
o apóstolo Pedro: “E, abrindo Pedro a boca, disse:
Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10.34;
ver Rm 2.11; Ef 6.9; 1Pd 1.17). Sua graça alcança os judeus e os gentios (Rm
3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6), não é limitado a um grupo seleto de pessoas,
pois as Escrituras afirmam que Jesus se deu como resgate por todos (1Tm 2.6);
e, que provou a morte por todos: “[…]
Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da
morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb
2.9) (ver Jo 7.37; 1Tm 4.10; 2Pd 3.9; 1Jo 1.9 – 2.2; 4.14).
CONCLUSÃO
Concluímos
portanto, através das páginas das Escrituras Sagradas, que Deus criou a
humanidade de um único casal (Adão e Eva); e que, no momento em que homem pecou
toda raça humana foi afetada pelo pecado. No entanto, o Senhor providenciou a
salvação na pessoa de Cristo Jesus para redimir a humanidade, assim nos afirma
o texto áureo da Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
REFERÊNCIAS
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã
CHAMPLIN, Norman. Antigo Testamento versículo por versículo. Hagnos
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
OBJETIVA.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática
Perspectiva Pentecostal. CPAD
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD


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