quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

LIÇÃO 06 – SANTIFICAÇÃO: COMPROMETIDOS COM A ÉTICA DO ESPÍRITO 1º TRIMESTRE DE 2020 (1Pd 1.13-23)


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição das palavras santificação e ética, e a sua importância na vida cristã, como marca da ação do Espírito; pontuaremos o alcance desta santidade na vida do crente salvo; e, por fim, elencaremos características de uma vida comprometida com a ética do Espírito Santo.

I  – DEFININDO OS TERMOS

1.1  Santificação. A expressão santificação advém do latim “sanctificatio” que quer dizer: “separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de Deus”. É a forma pela qual o filho de Deus é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste (Lv 11.44) (ANDRADE, 2006, p. 326). No NT o termo usual para santificação é: “hagiasmos” que significa: “consagração, separação”. Refere-se ao processo que leva o crente a tornar-se uma pessoa dedicada, santa, separada, única e exclusivamente para Deus; consiste na transformação moral segundo a imagem de Cristo (2Co 3.18).

1.2   Ética. A palavra “ética” no grego “ethos” significa: “conjunto de costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada coletividade, época ou região” (HOUAISS, 2001, p. 1271). A ética cristã, segundo Andrade (2006, p. 173 – acréscimo nosso) “é o conjunto de princípios baseados nas Sagradas Escrituras, principalmente nos ensinos de Cristo e de seus apóstolos, cujo objetivo é orientar a conduta do cristão enquanto membro de uma sociedade politicamente organizada”. Desse modo, a ética do Espírito, diz respeito ao estilo de vida, a conduta do crente, que é marcada pela santificação, uma das principais atuações do Espírito Santo no cristão.

II  – O ESPÍRITO SANTO E A SANTIFICAÇÃO

2.1   A santidade do Espírito Santo. Assim como Deus é santo (1Pd 1.16); Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8). A expressão Espírito Santo vem do hebraico: “ruah kadosh” e do grego: “pneuma hagios”. É chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16;1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2). Um adjetivo muito comum, para indicar o Espírito de Deus, é “santo”, e no AT este título ocorre três vezes (Sl 51.11; Is 63.10,11). Porém, no NT, a expressão “Espírito Santo” ocorre por mais de 90 vezes, mostrando que, uma das suas principais ações na vida do crente é a santificação: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação [...]” (Rm 1.4).

2.2  A ética do Espírito Santo. Sobre a conduta do cristão o apóstolo afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Nessa nova vida, os homens precisam viver de forma diferente do que viviam na antiga (Ef 4.17-30). Se antes costumavam praticar as obras da carne, agora, devem agir na vontade do Espírito de Deus. A expressão “andar” fala de procedimento, modo de vida, práticas, obras. Para o apóstolo, não basta dizer que está em Cristo, é preciso evidenciar isto, andando no Espírito (Gl 5.16,18,25).

III  – A IMPORTÂNCIA DE UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

3.1 O processo de santificação na vida do salvo. A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10; 1Ts 4.3). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15).

IV  – A ABRANGÊNCIA DA SANTIFICAÇÃO

4.1 A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).

V  – RAZÔES PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

5.1   A santidade de Deus (1Pd 1.16). Santidade tanto no AT como no NT, é atributo que no seu sentido mais elevado e absoluto, se aplica a Deus. O Senhor é descrito como “o Santo de Israel”. Esse título aparece cerca de vinte e quatro vezes no livro do profeta Isaías (Is 10.20; 12.6; 17.7; 29.19; 30.11,12,15; 31.1; etc), aparecendo também em outras partes das Escrituras (2Rs 19.22; 6.10; Sl 71.22; 78.41; 89.18; Pv 9.10; 30.3; Jr 50.29; 51.5; Ez 39.7; Hc 1.12; 3.3), tal título indica entre outras coisas, o fato de Deus estar separado da criação e de estar elevado acima da mesma (At 17.24,25), como também alude ao contraste com os deuses falsos (Êx 15.11). O Senhor nos chamou para si, e uma vez que ele é Santo (Lv 11.44; Is 6.3; 1Pd 1.15,16), devemos ser santos (Ef 1.14).

5.2   A salvação em Cristo Jesus (1Pd 1.14,15). O apóstolo Pedro lembra a seus leitores de como eles viviam antes de crerem em Cristo: “[…] não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância (1Pd 1.14) e destaca o que eles passaram a ser pela revelação da graça divina em suas vidas (1Pd 1.13), por meio da fé em Deus (1Pd 1.21), como Pedro declara (1Pd 2.9,10). O fato de terem sido resgatados da vã maneira de viver (1Pd 1.18), pelo precioso, imaculado e incontaminado sangue do Cordeiro, Jesus Cristo (1Pd 1.18,19), tendo a purificação e regeneração pela ação do Espírito Santo por meio da Palavra (1Pd 1.22,23). Portanto, a exigência divina é: “[…] sede vós também santos […]” (1Pd 1.15). Lembrando ainda que: a santidade não é o meio para se obter a salvação, mas, podemos afirmar que é a consequência dela.

5.3   Uma característica do autêntico filho de Deus (1Pd 1.17). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3). A afirmativa bíblica é que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16), sendo assim, temos aqui um argumento lógico e simples, os filhos herdam a natureza dos pais, logo, sendo Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma vida santa. Somos participantes da natureza divina e devemos revelar essa natureza em uma vida piedosa (2Pd 1.4).

VI  – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA COMPROMETIDA COM A SANTIFICAÇÃO

Segundo Pearlman, são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23) e, o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

6.1  Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado [...]” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

6.2  Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

6.3  Amor sincero (1Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus. Para os que desejam andar na ética do Espírito, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santificação.

REFERÊNCIAS

·          ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.

·          CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

·          LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.

·          PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.





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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

LIÇÃO 05 – FRUTO DO ESPÍRITO O EU CRUCIFICADO - 1º TRIMESTRE 2021 (Gl 5.16-26)

INTRODUÇÃO

Após sua conversão o cristão precisará evidenciar sua nova natureza, tais mudanças não advém simplesmente de sua busca por um caráter perfeito, antes por sua entrega plena ao Senhor que governará sua vida. Na lição de hoje estudaremos como isso acontece, entenderemos a importância do Fruto do Espírito e da batalha diária contra as obras da carne além de mostrar que o fruto do Espiro é o caráter de Cristo que se opõe as obras da carne.

 I  - DEFINIÇÕES DO TERMO FRUTO DO ESPÍRITO

1.1  Definição etimológica. O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original “karpos”, que tanto pode significar “o fruto”, quanto dar fruto”, frutificar ou ser frutífero (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). (...) Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência entre o tronco e seus ramos (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p. 15). O fruto do Espírito é o que resulta da vida de plena comunhão com Cristo. “Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto”, Jo 15.5. (Boyer, 1996, p.336). No novo testamento, o fruto é mostrado como o fator determinante e relativo de um caráter (ANDRADE, 1999, p. 163).

 

1.2   Definição Teológica. O andar em Espírito é uma condição esperada daquele que nasceu do Espírito (Jo 3). Não é um processo simples, antes, requer consciência, determinação e o exercício da piedade (1 Tm 4.8). É uma troca de vida para a qual é necessário total dedicação, o que inclui oração, vigilância, aprendizado da Palavra de Deus, comunhão cristã, adoração, testemunho de vida e santificação (...) O cultivo de uma vida no Espírito requer resignação. Não é um processo fácil; porém, é glorioso e é o que se espera de todo salvo. (BRUNELLI, 2016, p. 352).

 

1.3  Aplicação das definições. O fruto do Espírito é especificado nas Escrituras como sendo um só, e este pode ser comparado a uma laranja, que é um fruto com vários gomos. Na epístola aos gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes (nove ao total) que autenticam a vida daquele que é regenerado: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).

II  – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO

2.1  Andar na carne e o andar no Espírito. Paulo adverte os crentes mostrando que os que vivem segundo a carne, ou seja, uma vida dominada pelo pecado, jamais agradarão a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). O viver na carne opera morte (espiritual e física), mas o viver no Espírito conduz o crente à felicidade, à vida eterna (Rm 8.11; 1Co 6.14). Paulo foi enfático ao afirmar: “andai em Espírito” (Gl 5.16). O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Andar na carne, ou seja, ser dominado pela velha natureza adâmica, leva a pessoa a portar-se de modo pecaminoso. Infelizmente, muitos crentes, como os de Corinto, estão se deixando dominar pelas obras da carne (1Co 3.3). O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da ‘carne’, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2Tm 2.12; Ap 12.11)” (STAMPS, 1999, p. 1801).
 
2.2  As obras da carne, um contraste do viver no Espíirto. As obras da carne é o contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa. Carne do grego “sarx” é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17). Paulo diz: Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a pecaminosidade do homem, as obras da carne é a clara evidência da sua existência. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência na epístola aos gálatas (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; lTs 2.3; 4.3-7; lTm 1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21).

III  - A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO

O fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a natureza santa de Deus. O Fruto do Espírito são os hábitos e princípios misericordiosos que o Espírito Santo produz em cada cristão. Esses hábitos e princípios são o resultado de uma vida de comunhão com Deus. Depois de liberto do pecado, o crente precisa desenvolver o Fruto do Espírito (Rm 6.22). O ensino de Jesus a respeito da videira verdadeira mostra que não pode haver um indivíduo que seja salvo e não produza o fruto do Espírito Santo. Notemos o que acontece com uma vida controlada pelo Espírito Santo:

 

3.1  Uma vida frutífera. Quando o crente não se submete ao Espírito Santo, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa e a Palavra de Deus é absoluta ao declarar que: “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).

3.2  Uma vida com maturidade e equilíbrio. A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).

3.3. Uma vida com os dons espirituais junto ao o fruto do Espírito. Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra (Mt 5.16).

 IV  – O FRUTO DO ESPÍRITO E O TESTEMUNHO CRISTÃO

O fruto do Espírito aparece quando deixamos Jesus Cristo agir em nossas vidas (Gl 2.20; At 17.28). Através do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é novamente formado no homem. O pecado afetou consideravelmente imagem de Deus em nós levando-nos a produzir as obras da carne. (Ef 2.2,3; Gl 5.19-21). Entretanto através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e assim somos transformados constantemente de glória em glória, crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. (2Co 3.17,18).

4.1  O fruto é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão. A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo quando acreditam em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele. 

4.2   A pessoa é identificada pelo seu fruto. Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter. Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que produzem (Mt 7.16-19). Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria (Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses 2.9. Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.

CONCLUSÃO

Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele, infalivelmente, vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e abundante. Como cristão, tudo que concerne ao caráter santificado, ou seja, a nossa semelhança com Cristo, é obra do Santo Espírito “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).

 REFERÊNCIAS

·         ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

·         ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

·         BRUNELLI, Walter, Teologia para Pentecostais Vol. 2. CENTRAL GOSPEL.

·         KELLER, Timothy. Gálatas para você. VIDA NOVA

·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

·         STOTT, John. A Mensagem de Gálatas. ABU

·         VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD. 

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